Fórum São Nuno - A Espiritualidade de São Nuno
Nuno Álvares Pereira cresceu na casa do pai até ter treze anos. Foi lá que se iniciou «como bom cavalgante, torneador, justador e lançador», e sobretudo onde ganhou gosto pela leitura. Consta que leu nos «livros de cavallaria que a pureza era a virtude que tornara invenciveis os heroes da Tavola Redonda, e procurava que a sua alma e corpo se conservassem immaculados».
Após a morte da esposa, em 1387, Nuno recusou contrair novas núpcias, tornando-se um modelo de pureza de vida.
Quando finalmente o país alcançou a paz, distribui grande parte dos seus bens entre os seus companheiros, antigos combatentes, e acabou por se desfazer totalmente daqueles em 1423, quando decidiu entrar no convento carmelita por ele fundado, tomando então o nome de frei Nuno de Santa Maria.
Abandonou as armas e o poder para revestir-se da armadura do Espírito recomendada pela Regra do Carmo: era a opção por uma mudança radical de vida onde selou o percurso da fé autêntica que sempre o tinha norteado.
Embora tivesse preferido retirar-se para uma longínqua comunidade de Portugal, ou mesmo para o estrangeiro, o filho do rei, D. Duarte, de tal o impediu. Mas ninguém pôde proibir-lhe que se dedicasse a pedir esmola em favor do convento e, sobretudo, dos pobres, os quais continuou sempre a assistir e a servir. Em favor deles organizou a distribuição quotidiana de alimentos.
O Condestável do rei de Portugal, o Comandante supremo do exército e seu guia vitorioso, o fundador e benfeitor da comunidade carmelita, ao entrar no convento recusou todos os privilégios e assumiu como própria a condição mais humilde, a de frade Donato, dedicando-se totalmente ao serviço do Senhor, de Maria — a sua terna Padroeira que sempre venerou —, e dos pobres, nos quais reconhecia o rosto de Jesus.
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